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Nutrição mineral de plantas: 5 conceitos que ligam teoria à prática

Imagem Nutrição mineral de plantas

Nutrição mineral de plantas: Os conceitos essenciais para garantir uma boa colheita e também boas notas nesta matéria.

Como andam seus conhecimentos sobre nutrição mineral de plantas? 

Relembrar os principais pontos desse tema é essencial não só para boas notas, mas também para conseguir o máximo de produtividade e lucratividade em um negócio agrícola.

Confira agora esses conceitos e veja como aplicá-los!

1. Macro, micronutrientes e aminoácidos

Os elementos essenciais são assimilados na planta através da absorção pela raiz ou outras partes da planta como íons do solo e, portanto, são descritos como nutrientes minerais. 

Dentre esses nutrientes, N, P, K, Ca, Mg e S são considerados principais ou macronutrientes, pois são necessários em grandes quantidades (1 a 150 g por kg de matéria seca da planta). 

Os macronutrientes podem ser definidos como primários ou secundários. Os nutrientes primários incluem nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Esses elementos contribuem para o conteúdo de nutrientes das plantas, função das enzimas vegetais e processos bioquímicos e integridade das células vegetais. 

A deficiência desses nutrientes contribui para reduzir o crescimento, a saúde e o rendimento das plantas, portanto, eles são os três nutrientes mais importantes fornecidos pelos fertilizantes. Os nutrientes secundários incluem cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S).

O Fe, o Zn, o Mn, o Cu, o B, o Mo e o Cl são pequenos ou micronutrientes necessários a taxas de 0,1 a 100 mg por kg de matéria seca da planta. 

Temos também os nutrientes estruturais, sendo eles o carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Esses elementos, obtidos do ar (CO2) e da água (H2O), são a base de carboidratos, como açúcares e amido, que fornecem a força das paredes celulares, caules e folhas, além de serem fontes de energia para a planta e organismos que consomem a planta.

O crescimento e desenvolvimento das plantas depende de nutrientes derivados do solo ou suplementados por fertilizantes. 

O papel dos aminoácidos

Quando falamos em macro, micronutrientes e até mesmo na nutrição de plantas em geral temos de nos lembrar do papel fundamental que os aminoácidos exercem e são intimamente ligados ao tema.

Os aminoácidos têm várias funções proeminentes nas plantas. Além de fundamental durante a biossíntese de proteínas, eles também representam blocos de construção para várias outras vias de biossíntese e desempenham papéis fundamentais durante

processos de sinalização, bem como na resposta ao estresse da planta. 

Com uma nutrição mineral de plantas deficiente, não é possível o bom funcionamento dos aminoácidos na planta, enquanto que o contrário também é verdadeiro.

2 – Elementos essenciais e benéficos na nutrição mineral de plantas

O termo elemento mineral essencial ou nutriente mineral foi proposto por Arnon e Stout (1939) com três critérios essenciais a respeito de nutrição mineral de plantas

  1. Uma planta deve ser incapaz de completar seu ciclo de vida na ausência do elemento mineral
  2. A função do elemento não deve ser substituível por outro elemento mineral
  3. O elemento deve estar diretamente envolvido no metabolismo da planta

No entanto, temos outros tipos de elementos também importantes para plantas, que são os elementos minerais benéficos. 

Elementos benéficos são aqueles que podem compensar os efeitos tóxicos de outros, ou mesmo podem substituir os nutrientes em uma função menos específica, como a manutenção da pressão osmótica, por exemplo.

Os elementos benéficos não foram considerados essenciais para todas as plantas, mas podem ser essenciais para algumas. A distinção entre benéfico e essencial é frequentemente difícil no caso de alguns oligoelementos. 

Podem ser considerados elementos benéficos: alumínio, sódio, cobalto, níquel, silício e selênio.

O níquel (Ni) e o cobalto (Co) são benéficos para a cultura das leguminosas e o Si e Na são benéficos para outras culturas.

Como exemplo, temos o silício no arroz que causa maior tolerância ao estresse climático, com redução de perda de água, aumento da espessura da parede do colmo e aumento da resistência a doença brusone.

efeito do uso do silício
Efeito do silício no arroz
Fonte : Dechen et al.

3. Funções dos nutrientes nas plantas

Em nutrição mineral de plantas é de extrema importância conhecer quais as funções de cada nutriente na planta para que você compreenda a melhor prática na aplicação dos fertilizantes, como por exemplo identificar melhor um sintoma de deficiência ou excesso, conhecer a melhor época de aplicação e outros.

Principais funções do nitrogênio, fósforo e potássio na nutrição

Como já comentamos, antecipadamente , nitrogênio, fósforo e potássio são três nutrientes principais ou primários que devem ser disponibilizados em maiores quantidades.

O nitrogênio é um constituinte essencial de compostos metabolicamente ativos, como aminoácidos, proteínas, enzimas e alguns compostos não protéicos. 

Quando o nitrogênio é um fator limitante, a taxa e extensão da síntese de proteínas são diminuídas e, como resultado, o crescimento das plantas é afetado. A planta fica atrofiada e desenvolve clorose.

O fósforo é um componente estrutural de todas as membranas, cloroplastos e mitocôndrias e um constituinte dos fosfatos de açúcar, a saber, ADP, ATP, ácido nucleico, fosfolipídios e fosfatos. 

O fósforo desempenha um papel importante nas transformações de energia e processos metabólicos nas plantas. Estimula o crescimento radicular.

O potássio desempenha um papel importante na manutenção das organizações celulares, regulando a permeabilidade das membranas celulares e mantendo o protoplasma em um grau adequado de hidratação. Ativa as enzimas no metabolismo e translocação de proteínas e carboidratos e confere resistência às plantas contra doenças fúngicas e bacterianas.

Principais funções do cálcio, magnésio e enxofre

O cálcio é um constituinte da parede celular, um ativador de diferentes enzimas vegetais e é essencial para a estabilidade das membranas celulares.

O magnésio é um constituinte da clorofila e cromossomo. Ele desempenha um papel catalítico como ativador de várias enzimas, a maioria das quais relacionadas ao metabolismo de carboidratos.

É necessário enxofre para sintetizar aminoácidos e proteínas contendo enxofre, atividade de enzimas proteolíticas e aumentar o conteúdo de óleo em plantas portadoras de óleo.

Principais funções do ferro, zinco, manganês, cobre, boro, molibdênio e cloro

Ferro, zinco, manganês, cobre, boro, molibdênio e cloro são requeridos pelas plantas em pequenas quantidades para seu crescimento e desenvolvimento. Portanto, eles são conhecidos como micronutrientes ou oligoelementos. 

O próprio fato de os elementos de micronutrientes serem requeridos pelas plantas em concentrações muito baixas sugere que todos eles funcionam como catalisadores ou, pelo menos, intimamente ligados a alguns processos catalíticos nas plantas. 

Manganês, zinco e cobre são componentes de certos sistemas biológicos de redução da oxidação. 

O manganês desempenha alguma função na fotossíntese, atua como regulador da ingestão e estado de oxidação de certos elementos. 

O zinco está envolvido no funcionamento de compostos sulfidrila, como a cisteína, na regulação do potencial de redução da oxidação dentro das células. 

O cobre é um constituinte da citocromo oxidase e componente de muitas enzimas como ácido ascórbico oxidase, fenolase e lactase. 

O molibdênio é um constituinte da enzima nitrato redutase e nitrogenase e está associado à utilização de nitrogênio e à fixação de nitrogênio, enquanto que o cloro estimula a atividade de algumas enzimas e influencia o metabolismo dos carboidratos.

O boro ajuda no desenvolvimento celular por sua influência na formação de polissacarídeos. Ele também regula a translocação de açúcares através das membranas e a atividade da polifenolase. 

O ferro é um constituinte dos citocromos, enzimas hemémicas e não hemémicas. Talvez o papel mais conhecido do ferro seja o seu papel catalítico na atividade enzimática.

  1. Nutrição e Lei do Liebig

Esse você já deve saber, mas não custa lembrar: se atente à Lei de Liebig:

“O rendimento de uma safra é limitado pelo elemento cuja concentração é inferior a um valor mínimo, abaixo do qual as sínteses não podem mais fazer-se”. (Justus von Liebig, 1850).

Por isso, para obter rendimentos máximos das culturas com o máximo benefício, é essencial que as plantas sejam “alimentadas” adequadamente com todos os nutrientes.

Mas não se esqueça que também não podemos colocar fertilizantes em excesso, colocando em risco o lucro do negócio, e também a saúde da lavoura.

Portanto, é importante saber quais nutrientes da planta estão faltando no solo e na cultura. Fazer análise de solo a cada safra é mandatório, e qualquer dúvida quanto aos testes ou à cultura realize também os testes foliares.

No entanto, se você notou alguma coisa estranha no campo e quer realizar primeiramente uma diagnose visual se atente para a mobilidade dos nutrientes nas plantas, que é o nosso 5° conceito.

  1. Mobilidade dos nutrientes nas plantas

A mobilidade de um nutriente na planta determina onde os sintomas de deficiência aparecem.

Os nutrientes que são móveis na planta serão movidos para novas áreas de crescimento, portanto os sintomas de deficiência aparecerão primeiro nas folhas mais velhas.

Os nutrientes que não são móveis na planta não serão movidos para novas áreas de crescimento; portanto, os sintomas de deficiência aparecerão primeiro no novo crescimento.

nutrição mineral e a diagnose visual de deficiências nutricionais
Nutrição mineral e os sintomas de deficiências nas plantas
Fonte: Lavoura10

A mobilidade dos nutrientes na nutrição mineral de plantas varia entre os elementos e representa uma consideração importante ao planejar as aplicações de fertilizantes. 

Nutrição mineral :  Mobilidade dos nutrientes
Mobilidade dos nutrientes nas plantas
Fonte: Malavolta, 1989

Elaboração do artigo: Especialista Agrotécnico pelo Emergir Agropecuário

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